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terça-feira, 19 de junho de 2012

CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃO CONTRA POLIOMIELITE



INTRODUÇÃO

Apartir de 2012, o Brasil realizará uma única etapa da Campanha de Vacinação contra a Poliomielite. A vacina inativada poliomielite (VIP) será introduzida no calendário de vacinação da criança em esquema sequencial com a vacina oral poliomielite (VOP) a partir de agosto de 2012.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, por meio da Divisão de imunização/CVE/CCD/SES-SP, realizará esta única etapa no dia 16 de Junho.
Ameta é vacinar 95% das crianças menores de cinco anos de idade (cerca de 2,8 milhões de crianças) com uma dose da vacina oral contra poliomielite, independente de já ter sido vacinada anteriormente. Embora a erradicação global esteja avançando, países livres da poliomielite precisam não só ter uma adequada Vigilância das Paralisias Flácidas Agudas (PFA), como manter altas e homogêneas coberturas vacinais contra poliomielite.

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

No Brasil o registro do último caso confirmado foi em 1989 em Souza na Paraíba; no Estado de São Paulo, o último caso registrado foi em 1988, no município de Teodoro Sampaio. O Peru, em 1991, foi a última nação americana que registrou casos da doença. Em 1994, o Continente Americano recebeu o Certificado de Erradicação da Poliomielite, seguido pelo Pacífico Ocidental (2000) e Europa (2002).

O cenário epidemiológico atual da poliomielite evidencia ocorrência de surtos em vários países, mas encontra-se mais otimista na busca para se alcançar a erradicação global da doença. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), verificou-se importante redução, de 52%, no número de casos de poliovírus selvagem ocorridos no mundo em 2011
quando comparado ao ano de 2010.

No ano de 2012, a Índia saiu da lista dos países considerados endêmicos, por já estar há um ano livre de circulação autóctone de poliovírus selvagem. No período de 2007 a 2012, 35 países registraram casos de poliomielite, sendo que três desses ainda são considerados endêmicos: Afeganistão, Nigéria e Paquistão.

Dois restabeleceram a transmissão (transmissão sustentada há mais de um ano): Chade e República Democrática do Congo. Vários outros países registraram surtos de poliovírus selvagem devido à casos importados: Cazaquistão, Libéria, Mali, Mauritânia, Nepal, Nigéria, Federação Russa, Senegal, Serra Leoa, Tajiquistão, Turcomenistão, Uganda, Gabão, Burquina Faso, Costa do Marfim, Congo, China e outros.
Em 2011 foram registrados 650 casos, sendo 341 (52,5%) nos países endêmicos e 309 (47,5%) nos países não endêmicos. No 1º trimestre de 2012 ocorreram 64 casos de poliomielite.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS PARALISIAS FLÁCIDAS
AGUDAS (PFA)

Descrição da doença: a poliomielite é uma doença infecto contagiosa causada por três tipos de poliovírus. O período de incubação é de sete a 14 dias para as formas paralíticas, com variações de três a 35 dias. O vírus permanece na garganta por uma semana e nas fezes por períodos superiores a duas semanas. A infecção manifesta, ou sob forma inaparente, confere imunidade duradoura (tipo específica). Aproximadamente 90 a 95% das infecções são subclínicas.
A forma abortiva ocorre em 4 a 8% dos casos e caracteriza-se por febre, cefaléia, dor de garganta, anorexia, vômitos e dor abdominal; é clinicamente indistinguível de outras infecções virais. A forma meníngea  ocorre  em  1%  a  2%  dos  casos  e  apresenta sinais  de irritação meníngea juntamente com os mesmos sintomas da forma abortiva. A forma  paralítica  ocorre  em  0,1%  a  1%  das  infecções  por  poliovírus.

Caracteriza-se por uma paralisia flácida assimétrica, predominando em membros inferiores e em grandes grupos musculares. Outras formas raras incluem a poliomielite paralítica bulbar e a polioencefalite.
Notificação do caso: deve ser notificado, imediatamente, ao serviço de vigilância epidemiológica da região:

Ø  todo caso de paralisia ou paresia flácida aguda em pessoas menores de 15 anos independente da hipótese diagnostica
Ø  todo caso de paralisia em pessoas de qualquer idade, quando há suspeita diagnóstica de poliomielite.

Medidas de controle: são feitas através da vacinação de rotina; vacinação  nos Dias Nacionais  de Vacinação;  vacinação  casa  a  casa  quando necessário,  além  de  intensificação  da  vigilância  epidemiológica  de paralisias flácidas agudas/poliomielite.

CAMPANHADE VACINAÇÃO
INTRODUÇÃO

Aestratégia é vacinar indiscriminadamente todas as crianças com até 4 anos, 11 meses e 29 dias, o que no nosso Estado corresponde a cerca de 2,8 milhões de crianças. Na  ocasião  da Campanha, recomenda-se  aproveitar  a  oportunidade  para oferecer a esta população outras vacinas de acordo com indicação específica e calendário de vacinação. A meta  considerada satisfatória  desde  2001  para manter  o  país  livre  da doença é atingir 95% das crianças nesta faixa etária em pelo menos 80% dos municípios do Estado (homogeneidade).

VACINAUTILIZADA
Composição

A vacina a ser utilizada na Campanha foi produzida e embalada em bisnaga com aplicador e tampa rosqueável pelo laboratório BioManguinhos/FIOCRUZ/RJ.
A vacina contra a poliomielite oral é trivalente e constituída de poliovírus atenuado dos tipo I, II e III. Em cada dose de 0,1 ml são encontrados princípios ativos não menores do que:

Ø  poliovirus atenuado tipo I: 1 milhão CCID50(*);
Ø  poliovirus atenuado tipo II: 100 mil CCID50;
Ø  poliovirus atenuado tipo III: 600 mil CCID50.
(*) dose infectante em cultura de células.
Excipientes: Cloreto de Magnésio, Estreptomicina, Polissorbato 80, L-Arginina e Água destilada.

Conservação

Avacina deve ser armazenada sob temperatura de -20ºC por um período não superior ao prazo de validade. Após degelo deve ser conservada sob refrigeração a temperatura de + 2ºC a + 8ºC (geladeira) e protegida da luz. Ao final do dia os frascos abertos deverão ser inutilizados e os fechados, desde que mantidos à temperatura recomendada (controle com termômetro e registro), poderão ser novamente  acondicionados  no  refrigerador  da  unidade  e  utilizados  o  mais rapidamente possível.

Via de Administração

A vacina contra a poliomielite é administrada por via oral. Habitualmente duas gotas correspondem a uma dose.

Cuidados na utilização da vacina oral contra a poliomielite.

Para utilização correta da vacina oral contra a poliomielite o trabalhador de saúde  envolvido  na  vacinação  deve  conhecer  os  cuidados  na  utilização  da vacina, alertando-se, ainda, para que a bisnaga conta-gotas não encoste na boca da criança, evitando a contaminação pela saliva no ato da vacinação.

Contraindicações

Avacina está contra-indicada nas seguintes situações:

Ø  crianças  imunodeprimidas  (congênita  ou  adquirida,  neoplasias,  tratamento com corticosteróides em doses elevadas, equivalente à prednisona na dose de 2mg/kg/dia ou mais;
Ø  crianças  com  hipersensibilidade  conhecida  a  algum  componente  da vacina, a exemplo da estreptomicina ou eritromicina;
Ø  reação anafilática em dose anterior;
Ø  crianças com história de paralisia flácida associada à vacina.

Vacinação simultânea e intervalo entre as vacinas

Na Campólio as demais vacinas do calendário poderão ser aplicadas simultaneamente para as crianças com atraso no esquema vacinal.

Eventos Adversos

A vacina  oral  contra  a  poliomielite  é  extremamente segura  e  as reações associadas a sua administração são muito raras. Agrande preocupação é o quadro de paralisia pós-vacinal associada ao vírus vacinal  atenuado,  caracterizado  por  doença febril  aguda  com  déficit motor flácido, de intensidade variável, geralmente assimétrico, que surge entre 4 e 40 dias depois da vacinação no caso do próprio vacinado e entre 4 e 85 dias no
comunicante. Todos os casos devem ser notificados e investigados criteriosamente para elucidação diagnóstica.

A ocorrência  da  paralisia  associada  à  vacina  é rara,  cerca  de  1  caso/2,4 milhões de doses distribuídas nos EUA. A taxa é maior após a primeira dose (cerca de 1 caso/760 mil doses, incluindo receptores e comunicantes). Para os receptores de primeira dose, o risco é de 1 caso/1,5 milhões. Para os comunicantes de receptores de primeira dose, o risco é de 1 caso/2,2 milhões de doses. Para as  doses subseqüentes,  o risco  é substancialmente menor  para receptores  e comunicantes. Para imunodeficientes, o risco é 3,2 mil a 6,8 mil vezes maiores.

Na  ocorrência  de  eventos  adversos  associados  à  vacinação  notificar  a Vigilância  Epidemiológica  do  Município/  Regional  ou  ao  DISQUE  CVE 0800-555466.

Recomendações:

Ø  a vacinação poderá ser antecipada nas zonas rurais e outros locais de
difícil acesso e também em creches e escolas;
Ø  nos postos de grande demanda, para evitar um contato prolongado com o
calor da mão, utilizar dois frascos ou bisnagas de vacina, alternando a
cada cinco crianças vacinadas.



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