INTRODUÇÃO
Apartir de 2012, o Brasil realizará uma
única etapa da Campanha de Vacinação contra a Poliomielite. A vacina inativada
poliomielite (VIP) será introduzida no calendário de vacinação da criança em
esquema sequencial com a vacina oral poliomielite (VOP) a partir de agosto de
2012.
A Secretaria de Estado da Saúde de São
Paulo, por meio da Divisão de imunização/CVE/CCD/SES-SP, realizará esta única
etapa no dia 16 de Junho.
Ameta é vacinar 95% das crianças menores
de cinco anos de idade (cerca de 2,8 milhões de crianças) com uma dose da
vacina oral contra poliomielite, independente de já ter sido vacinada
anteriormente. Embora a erradicação global esteja avançando, países livres da
poliomielite precisam não só ter uma adequada Vigilância das Paralisias
Flácidas Agudas (PFA), como manter altas e homogêneas coberturas vacinais
contra poliomielite.
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
No Brasil o registro do último caso
confirmado foi em 1989 em Souza na Paraíba; no Estado de São Paulo, o último
caso registrado foi em 1988, no município de Teodoro Sampaio. O Peru, em 1991,
foi a última nação americana que registrou casos da doença. Em 1994, o
Continente Americano recebeu o Certificado de Erradicação da Poliomielite,
seguido pelo Pacífico Ocidental (2000) e Europa (2002).
O cenário epidemiológico atual da
poliomielite evidencia ocorrência de surtos em vários países, mas encontra-se
mais otimista na busca para se alcançar a erradicação global da doença. Segundo
dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), verificou-se importante redução,
de 52%, no número de casos de poliovírus selvagem ocorridos no mundo em 2011
quando comparado ao ano de 2010.
No ano de 2012, a Índia saiu da lista
dos países considerados endêmicos, por já estar há um ano livre de circulação
autóctone de poliovírus selvagem. No período de 2007 a 2012, 35 países
registraram casos de poliomielite, sendo que três desses ainda são considerados
endêmicos: Afeganistão, Nigéria e Paquistão.
Dois restabeleceram a transmissão
(transmissão sustentada há mais de um ano): Chade e República Democrática do
Congo. Vários outros países registraram surtos de poliovírus selvagem devido à
casos importados: Cazaquistão, Libéria, Mali, Mauritânia, Nepal, Nigéria,
Federação Russa, Senegal, Serra Leoa, Tajiquistão, Turcomenistão, Uganda,
Gabão, Burquina Faso, Costa do Marfim, Congo, China e outros.
Em 2011 foram registrados 650 casos, sendo
341 (52,5%) nos países endêmicos e 309 (47,5%) nos países não endêmicos. No 1º
trimestre de 2012 ocorreram 64 casos de poliomielite.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS PARALISIAS
FLÁCIDAS
AGUDAS (PFA)
Descrição da doença: a poliomielite é
uma doença infecto contagiosa causada por três tipos de poliovírus. O período
de incubação é de sete a 14 dias para as formas paralíticas, com variações de
três a 35 dias. O vírus permanece na garganta por uma semana e nas fezes por
períodos
superiores a duas semanas. A infecção manifesta, ou sob forma inaparente, confere
imunidade duradoura (tipo específica). Aproximadamente 90 a 95% das infecções
são subclínicas.
A forma abortiva ocorre em 4 a 8% dos
casos e caracteriza-se por febre, cefaléia, dor de garganta, anorexia, vômitos
e dor abdominal; é clinicamente indistinguível de outras infecções virais. A
forma meníngea ocorre em
1% a 2%
dos casos e
apresenta sinais de irritação
meníngea juntamente com os mesmos sintomas da forma abortiva. A forma paralítica
ocorre em 0,1% a 1%
das infecções por
poliovírus.
Caracteriza-se por uma paralisia flácida
assimétrica, predominando em membros inferiores e em grandes grupos musculares.
Outras formas raras incluem a poliomielite paralítica bulbar e a
polioencefalite.
Notificação do caso: deve ser
notificado, imediatamente, ao serviço de vigilância epidemiológica da região:
Ø
todo
caso de paralisia ou paresia flácida aguda em pessoas menores de 15 anos
independente da hipótese diagnostica
Ø
todo
caso de paralisia em pessoas de qualquer idade, quando há suspeita diagnóstica
de poliomielite.
Medidas de controle: são feitas através
da vacinação de rotina; vacinação nos
Dias Nacionais de Vacinação; vacinação
casa a casa
quando necessário, além de
intensificação da vigilância
epidemiológica de paralisias
flácidas agudas/poliomielite.
CAMPANHADE VACINAÇÃO
INTRODUÇÃO
Aestratégia é vacinar
indiscriminadamente todas as crianças com até 4 anos, 11 meses e 29 dias, o que
no nosso Estado corresponde a cerca de 2,8 milhões de crianças. Na ocasião
da Campanha, recomenda-se
aproveitar a oportunidade
para oferecer a esta população outras vacinas de acordo com indicação
específica e calendário de vacinação. A meta
considerada satisfatória
desde 2001 para manter
o país livre
da doença é atingir 95% das crianças nesta faixa etária em pelo menos
80% dos municípios do Estado (homogeneidade).
VACINAUTILIZADA
Composição
A vacina a ser utilizada na Campanha foi
produzida e embalada em bisnaga com aplicador e tampa rosqueável pelo laboratório
BioManguinhos/FIOCRUZ/RJ.
A vacina contra a poliomielite oral é
trivalente e constituída de poliovírus atenuado dos tipo I, II e III. Em cada
dose de 0,1 ml são encontrados princípios ativos não menores do que:
Ø
poliovirus
atenuado tipo I: 1 milhão CCID50(*);
Ø
poliovirus
atenuado tipo II: 100 mil CCID50;
Ø
poliovirus
atenuado tipo III: 600 mil CCID50.
(*) dose infectante em cultura de
células.
Excipientes: Cloreto de Magnésio,
Estreptomicina, Polissorbato 80, L-Arginina e Água destilada.
Conservação
Avacina deve ser armazenada sob
temperatura de -20ºC por um período não superior ao prazo de validade. Após
degelo deve ser conservada sob refrigeração a temperatura de + 2ºC a + 8ºC
(geladeira) e protegida da luz. Ao final do dia os frascos abertos deverão ser
inutilizados e os fechados, desde que mantidos à temperatura recomendada
(controle com termômetro e registro), poderão ser novamente acondicionados no
refrigerador da unidade
e utilizados o mais
rapidamente possível.
Via
de Administração
A vacina contra a poliomielite é
administrada por via oral. Habitualmente duas gotas correspondem a uma dose.
Cuidados
na utilização da vacina oral contra a poliomielite.
Para utilização correta da vacina oral
contra a poliomielite o trabalhador de saúde
envolvido na vacinação
deve conhecer os
cuidados na utilização
da vacina, alertando-se, ainda, para que a bisnaga conta-gotas não
encoste na boca da criança, evitando a contaminação pela saliva no ato da
vacinação.
Contraindicações
Avacina está contra-indicada nas
seguintes situações:
Ø
crianças imunodeprimidas (congênita
ou adquirida, neoplasias,
tratamento com corticosteróides em doses elevadas, equivalente à
prednisona na dose de 2mg/kg/dia ou mais;
Ø
crianças com
hipersensibilidade conhecida a
algum componente da vacina, a exemplo da estreptomicina ou
eritromicina;
Ø
reação
anafilática em dose anterior;
Ø
crianças
com história de paralisia flácida associada à vacina.
Vacinação
simultânea e intervalo entre as vacinas
Na Campólio as demais vacinas do
calendário poderão ser aplicadas simultaneamente para as crianças com atraso no
esquema vacinal.
Eventos
Adversos
A vacina
oral contra a
poliomielite é extremamente segura e as
reações associadas a sua administração são muito raras. Agrande preocupação é o
quadro de paralisia pós-vacinal associada ao vírus vacinal atenuado,
caracterizado por doença febril
aguda com déficit motor flácido, de intensidade
variável, geralmente assimétrico, que surge entre 4 e 40 dias depois da
vacinação no caso do próprio vacinado e entre 4 e 85 dias no
comunicante. Todos os casos devem ser
notificados e investigados criteriosamente para elucidação diagnóstica.
A ocorrência da
paralisia associada à
vacina é rara, cerca
de 1 caso/2,4 milhões de doses distribuídas nos
EUA. A taxa é maior após a primeira dose (cerca de 1 caso/760 mil doses,
incluindo receptores e comunicantes). Para os receptores de primeira dose, o
risco é de 1 caso/1,5 milhões. Para os comunicantes de receptores de primeira
dose, o risco é de 1 caso/2,2 milhões de doses. Para as doses subseqüentes, o risco
é substancialmente menor para
receptores e comunicantes. Para
imunodeficientes, o risco é 3,2 mil a 6,8 mil vezes maiores.
Na
ocorrência de eventos
adversos associados à
vacinação notificar a Vigilância
Epidemiológica do Município/
Regional ou ao
DISQUE CVE 0800-555466.
Recomendações:
Ø
a
vacinação poderá ser antecipada nas zonas rurais e outros locais de
difícil acesso e também em creches e
escolas;
Ø
nos
postos de grande demanda, para evitar um contato prolongado com o
calor da mão, utilizar dois frascos ou
bisnagas de vacina, alternando a
cada cinco crianças vacinadas.
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